Não confunda mudança de posto com mudança de poste. Ocorre que a Frente Popular (coligação de vários partidos de esquerda) ganhou as eleições em 1992. Assumimos o governo eu (vice-prefeito/PT) e Sérgio Grando (prefeito/PPS) em janeiro de 1993 e nosso Conselho Político e o próprio Grando entenderam que eu deveria assumir a Secretaria de Finanças o que aconteceu. No entanto, eu havia recém assinado minha carta de alforria ao largar o cargo de Supervisor Regional do Dieese em SC, ou seja, o meu trabalho era eminentemente técnico no Dieese e eu imaginava que iria poder fazer política, gestão pública. Estava todo contente mas infelizmente o projeto foi adiado. O tecnicismo e a burocracia da finanças me consumiram . Só para se ter uma idéia: a contabilidade do município ainda era feita com máquina mecanográfica. Comprar um computador de médio porte, capacitar equipe, criar uma base de dados e tudo em tempo hábil para não criar problema com a prestação de contas junto a Câmara de Vereadores e Tribunal de Contas vez que eram completamente opositores ao nosso governo. Voltando, no entanto, em abril de 1994 contrariando boa parte de nosso colegiado de governo e do Conselho Político acabei decidindo abandonar o posto. Montei o gabinete da vice-prefeitura junto ao prédio do IPUF. Florianópolis não tinha tido até então vice-prefeito atuante. Resolvi coordenar projetos estratégicos de governo, entre eles, um projeto difuso que chamávamos humanização da cidade. Na verdade tinha uma dimensão de fundo, ou seja, refuncionalizar a cidade ou ainda diminuir sua função de "condição geral" do capital. As obras e serviços não seriam direcionadas para atender o interesse do capital e sim colocar a vida como motivação da administração municipal. Uma mudança de paradigma. Bem, estou fugindo do assunto confesso. Mas se justifica pois a memória da Administração Popular precisa ser recuperada. Daí então, com esta nova função, não mais de secretário de governo, passei a dar prioridade a este projeto que na entrevista abaixo fica demonstrado seu ineditismo e importância. Curioso que mês passado assisti um jovem operário abrindo uma caixa de acesso a essa fiação subterrânea. Lá vi que investimos embaixo da terra para revitalizar os casarios e valorizar o pedestre. Fiquei pensando! Talvez outro dia eu conte prá vocês...
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